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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sobre a Harley no Brasil

Harley quer ser líder no segmento de motos Premium no Brasil

A centenária marca norte-americana tem planos ambiciosos. Quer assumir
de forma sustentável a liderança entre os modelos de maior cilindrada

Texto: Aldo Tizzani/InfoMoto

Fotos: Divulgação

(05-08-11) - A Harley-Davidson quer ampliar sua participação no
mercado global. A marca morte-americana espera que pelo menos 40% de
novas vendas de motocicletas Premium venham de mercados fora dos
Estados Unidos. Países como Brasil e Índia estão tendo atenção
especial. E, por isso, recebendo investimentos para conquistarem a
liderança entre os modelos de maior cilindrada e valor agregado.

Nesta entrevista com Mark Van Genderen, vice-presidente da
Harley-Davidson Motor Company América Latina, o executivo fala
abertamente das perspectivas de crescimento no mercado internacional,
sua visão do consumidor brasileiro para motos de alta cilindrada, além
de compartilhar a ideia de abrir novas concessionárias no País.
Genderen fala sobre a mudança e ampliação da linha de montagem HD em
Manaus (AM), alias, a primeira fora dos Estados Unidos. Confira os
principais trechos desta entrevista com o vice-presidente da Harley
para a América Latina.

Agência Infomoto – Em quantos países a Harley-Davidson está presente,
com operação ou distribuição?

Mark Van Genderen – As motocicletas, peças, acessórios e o
merchandising Harley-Davidson estão disponíveis em 77 países.

Infomoto– Quais são os principais mercados para a Harley-Davidson?

Genderen – Segundo o relatório anual de 2010 da Harley-Davidson, os
Estados Unidos foram responsáveis por 67% da receita. Os países na
região da Europa ficaram com 17%, o Japão ficou com 5,6%, o Canadá
representou 3,8% e a Austrália, 3,3%. A Harley-Davidson espera que
pelo menos 40% de novas vendas de motocicletas venham de lugares fora
dos Estados Unidos até 2014 (a partir do 2º semestre de 2010, foi 36%)
e as vendas em países emergentes como o Brasil serão muito importantes
nesse processo de crescimento.
Infomoto– Como estão as vendas no mercado indiano?

Genderen – Nosso foco na Índia está concentrado no desenvolvimento
completo das operações de CKD para montarmos motocicletas para o
mercado indiano, o que está ocorrendo dentro do cronograma
estabelecido. Assim como as operações no Brasil, a operação de
montagem CKD na Índia possibilita a Harley-Davidson aprimorar sua
capacidade de resposta e flexibilidade de produção enquanto reduz a
carga tributária. Acreditamos que a operação CKD e a redução de carga
tributária vão garantir o crescimento nos próximos anos, pois tornarão
nossas motocicletas mais acessíveis aos consumidores indianos.
Impostos e taxas praticamente dobram o custo das motocicletas
Harley-Davidson na Índia. Nós introduzimos três novas motocicletas no
line-up de 2011 feito no modo CKD: a Iron 883, a Superlow e a Forty
Eight, enquanto importamos 15 modelos para a Índia.

Infomoto– Como é o perfil do cliente norte-americano?

Genderen – Em 2010, Harley-Davidson registrou um recorde de
marketshare (54,9%) para todo o mercado de motocicletas de grande
cilindrada (acima de 651cc), além de sermos líderes entre os jovens
adultos (18 a 34 anos), mulheres, afro-americanos e hispânicos, quando
o assunto é motocicletas de alta cilindrada.


Infomoto– Fazendo uma comparação, como são os consumidores europeus e
brasileiros? Quais as principais diferenças?

Genderen – Existem mais semelhanças do que diferenças. Embora nem
todos tenham o sonho de andar de moto, aqueles que têm – independente
de sexo, idade, renda ou localização – a maioria vê a Harley-Davidson
como parte de seus sonhos. Além disso, no Brasil e em todos os
mercados do mundo, temos como objetivo oferecer uma linha de produtos
que seja apropriada para o mercado, de motocicletas a vestuário,
merchandising e acessórios.

Infomoto– Como você analisa o mercado brasileiro?

Genderen – O crescimento econômico do Brasil tem sido incrível e agora
o país é um dos que se encontram no topo dos maiores PIBs do mundo, e
– de acordo com previsões do FMI – este forte crescimento deve
continuar pelo menos pelos próximos cinco anos. A Harley-Davidson está
comprometida com o Brasil e está aumentando sua presença a fim de
garantir que os clientes daqui desfrutem da experiência de qualidade
que melhor representa uma marca Premium como a nossa. Sete novos
concessionários Harley-Davidson foram abertos este ano com planos para
mais três até o fim de 2011 (operações completas) - Um em São Paulo
(SP), um no Rio de Janeiro (RJ), um em Belo Horizonte (MG), um em
Goiânia (GO), um em Curitiba (PR), um em Porto Alegre (RS)e um em
Campinas (SP).

Infomoto– Quanto a Harley-Davidson investiu para dar início à nova
operação comercial no Brasil?

Genderen – A empresa não divulga seu investimento no Brasil, mas o que
eu posso dizer é está comprometida com o Brasil e está aumentando sua
presença a fim de garantir que os clientes daqui desfrutem da
experiência de qualidade que melhor representa uma marca Premium como
a nossa. Os investimentos recentes da Harley-Davidson no Brasil foram
à abertura de uma nova subsidiária/escritório comercial em São Paulo
em 2010; abertura de um novo centro de treinamento técnico também em
São Paulo, que será usado para treinar técnicos e mecânicos de
motocicletas Harley-Davidson em toda a América do Sul. Além disso,
estamos no processo de mudança da nova fábrica de CKD (nos próximos
meses) em Manaus (AM), que será por volta de 25% maior (10.000 m2,
conta 7.700 m2) do que a fábrica anterior. E, para finalizar, estamos
no processo de assinatura de um acordo para um novo armazém de peças
localizado no Estado de São Paulo.


Infomoto– Qual é a expectativa de crescimento para o mercado brasileiro?

Genderen – A empresa não fornece informações sobre seus planos de
crescimento. O que eu posso dizer é que a HD tem uma rica história no
Brasil, que teve início em 1918, e que estamos entusiasmados com a
oportunidade que o rápido crescimento do mercado brasileiro
representa. Os investimentos que fizemos no Brasil são os primeiros
passos rumo a trazer a melhor experiência Harley-Davidson possível aos
consumidores do país. Além disso, a empresa está comprometida em
trazer a alegria de pilotar e fazer parte da comunidade
Harley-Davidson para mais pessoas no Brasil. Este é um país lindo para
andar de moto.

Infomoto – É possível que a fábrica de Manaus monte motocicletas para
outros mercados no Mercosul, tornando-se uma unidade exportadora?

Genderen – As operações atuais da planta de CKD de Manaus estão
focadas em garantir que atendamos as necessidades dos consumidores do
Brasil. Nós temos um objetivo muito realista de nos tornarmos líderes
de mercado no Brasil em motocicletas de grande cilindrada.
Harley-Davidson está comprometida com o crescimento global e está
expandindo seu alcance para vários mercados em todo o mundo. Para
alcançar esse crescimento, continuaremos avaliando modos de
desenvolver produtos para atender os sonhos de nossos consumidores no
mundo inteiro.

Infomoto– O que os consumidores brasileiros podem esperar para o
futuro em termos de produtos, serviços e diversão?

Genderen – Não posso falar sobre produtos futuros específicos, além de
que temos fantásticas motocicletas que farão parte de nossa linha de
modelos no futuro. Para a Harley-Davidson, é um equilíbrio entre o que
nos mantêm fiéis à nossa marca e o que nos leva a alcançar novos
consumidores.

* o jornalista viajou aos Estados Unidos a convite da Harley-Davidson Brasil

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