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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

“O Caso William Morgan”


Caso da antimaçonaria

Movimentos anti maçônicos sempre existiram desde os primórdios da Maçonaria, mesmo durante o período da Maçonaria Operativa.

Um dos maiores, ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos de 1826 e 1840. O "Caso Morgan", a ser descrito ao longo deste trabalho, foi o estopim de um sentimento anti maçônico, muito amplo e que estava em estado latente por muitos anos, provocado em parte por livros anti maçônicos vindos da Europa, (ver Pílula Maçônica nº99 sobre Leo Taxil) denunciando a Sociedade Maçônica, e em grande parte pelos "dogmas" praticados por certas Seitas Protestantes.

Em 1820, nos Estados Unidos, havia aproximadamente 400 Oficinas e em torno de 12.000 membros e estava crescendo. Como resultado desse movimento, iniciado pelo "Caso Morgan", a questão sacode a opinião pública e quase destruiu a Instituição. Em 1830 o número de membros caiu para aproximadamente 2.000.

William Morgan, indivíduo de mau caráter, aventureiro, endividado, jornalista de Batávia, New York, decidiu refazer-se economicamente lançando um pequeno livro anti maçônico, publicado em 1826 com o título "A Maçonaria Apresentada e Explicada" com a intenção de desmascarar a Instituição e ganhar muito dinheiro com a venda do livro.

Torna-se logo um best-seller.

Aparentemente, William Morgan deve ter frequentado Lojas maçônicas, onde adquiriu conhecimento para a redação de seu livro. Entretanto, não foi encontrado seu nome em nenhum registro de Loja. É possível que tenha sido auxiliado por outra pessoa.

O movimento anti maçônico cresceu exponencialmente quando Willian Morgan desapareceu da cidade. Inquéritos foram realizados sem sucesso. Jamais se soube o que aconteceu. Porém, começou a correr a notícia que William Morgan havia sido sequestrado pelos Maçons, levado até as Cataratas do Niágara e depois de ter sido assassinado na fronteira canadense, seu corpo teria sido jogado nelas.

Morgan desapareceu em setembro de 1826 e no mês seguinte, o Reverendo David C. Bernard, pastor da Igreja Batista em N.Y., acompanhado de um membro que havia renunciado da Loja Maçônica, começou uma carreira de 40 anos devotada largamente para a desmoralização da Ordem.

Diversos encontros e convenções foram liderados por ele e, ao mesmo tempo, publicou um livro chamado "Luz na Maçonaria" totalmente anti maçonaria. Todos os maçons foram excomungados e não podiam ser candidatos em cargos públicos.

Obviamente, assunto naturalmente atrativo para leitores e escritores românticos e sensacionalistas, produziu uma circulação avantajada de livros anti maçônicos.

Até um Partido Político anti maçônico foi fundado em New York e a excitação invadiu, gradualmente, os outros estados. A maçonaria é condenada pela Igreja Batista. Os Maçons são, sistematicamente, recusados quando da formação de Juri Criminal e os pastores lhes negam a comunhão. A dissidência na Maçonaria foi enorme. Intrometendo-se a inevitável política, viram-se candidatos se apresentarem às eleições alegando seu anti maçonismo.

A Maçonaria levou anos para se reerguer. Quando da Guerra da Secessão, a Ordem se manteve, numa certa medida, fora do conflito, e exemplos não faltaram de atos de generosidade para com os feridos e os prisioneiros, entre Maçons. Estabelecida a paz, para muitos a reconciliação foi definitiva.

Em 1838, o Partido Anti maçom apresenta um candidato à presidência dos Estados Unidos. Os dois outros candidatos, pelos dois grandes partidos e antigos Grão Mestres, Andrew Jackson e Henry Clay.

Jackson foi eleito pela maioria esmagadora: era a Ordem que se reerguia, depois da debandada quase geral provocada pelo "escândalo Morgan". Retoma, então, enfim, sua caminhada progressiva.

Existem hoje, Potências Maçônicas nos EUA, em todos os Estados, Territórios e Distrito Federal com aproximadamente 1.500.000 membros.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

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